sexta-feira, outubro 28

Entrevista com João Ribeiro

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Conforme prometido, o Nosso Portfólio publica hoje a segunda edição da rubrica dedicada a entrevistas com publicitátios da nossa praça. O criativo entrevistado hoje é João Ribeiro, copywriter da TBWA. Esperamos que gostem. Aqui fica.


TC: Redacção ou Direcção Criativa?

João Ribeiro: Redacção ou qualquer outra coisa com direcção assistida.

TC: Porquê?

João Ribeiro: Porque gosto do que faço e quero fazê-lo a tempo inteiro.Por isto e não só.

TC: Na sua opinião, quais são as grandes dificuldades de um director criativo?

João Ribeiro: O "e não só".

TC: Um criativo perde ou ganha liberdade ao assumir um cargo de direcção?

João Ribeiro: Então, dá para mudar de assunto?

TC: Recordemos a campanha para o Museu do Brinquedo em Sintra.
Deu-lhe um gozo especial, concorda?


João Ribeiro: Deu-nos um gozo imenso. Mas só podia mesmo. Já agora passem no museu e vejam o Landrover 1,43 da matchbox, aquele verde listado com o Dr e a Dra não-sei-quantos sentados com o chimpanzé no ombro... como se chamava a série?

TC: Para se ser reconhecido como grande criativo é preciso ganhar grandes prémios?

João Ribeiro: Os prémios estão para alguns criativos como a cannabis está para os revolucionários, militantes anti-globalização e outros. São fixes, sabem
muito bem, mas tiram-nos energia. Acho que o melhor criativo é aquele
que consegue ser o pior jurado de si mesmo e ainda assim divertir-se.

TC: Considera que existe um défice de criatividade em Portugal?

João Ribeiro: Considero que existe algum défice de criatividade no bloco da novela.

TC: Na sua opinião, nos últimos cinco anos, qual foi a melhor campanha de
publicidade criada em Portugal?


João Ribeiro: Houve muitas coisas boas desde o tou xim, à mãe do jumbo. Mas acho que
não houve uma única grande campanha em Portugal. Agora fiquem com o
sentido de "única" que quiserem*.

TC: E aquela que mais o decepcionou?

João Ribeiro: "A melhor campanha dos últimos cinco anos", uma campanha que afinal era igualzinha a outra.Uma pena.

TC: Acha que temos jovens criativos que garantam o crescimento da
publicidade em Portugal ou, pelo contrário, pensa que vivemos um período de estagnação criativa?


João Ribeiro: Temos SIM! Talentosos e muito mais cultos e informados do que eu era.
Por isso é que me aborrece que usem tantas vezes os livros de receitas
da avó. Ainda espero raciocínios diferentes. Mas tenho fé neles*

TC: Honda e EMI foram os grandes vencedores da última edição do Festival de
Cannes. Na sua opinião, a ilustração é a tendência do futuro?


João Ribeiro: Quanto mais se concordar que existe esta ou aquela tendência menos
criativos somos.

11 comentários:

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

realmente estou mesmo surpreendido por ver um blog funcionar desta maneira. Keep going!

Anônimo disse...

João, assume logo uma direcção criativa e deixa de bla bla bla.

Anônimo disse...

idem, isto precisa de ti....

Anônimo disse...

faço minhas as vossas palavras, existem muitas agências com DC que não servem para nada.

Anônimo disse...

E Porque é que o João deve assumir a direcção criativa? Será que não se pode ser um bom copy, um muito bom e bem pago copy e ter gozo em fazer anúncios. Não ter que se chatear com politiquices do Marketing&Clientes. Continua João, Londres está cheia de brilhantes copys que nunca chegaram a ser DC's porque não querem, porque são espertos, porque são muito bons Copys, e porque um muito bom copy não dá necessáriamente um bom DC. Tenho dito.

Anônimo disse...

Aqui não é Londres, amigo.

Anônimo disse...

Então?! Nem a mãe do rapaz deve andar tão preocupada com o seu futuro... Não se pode partir do principio que todo o jogador de futebol um dia tem q se tornar treinador. Havia de ser bonito o Eusébio no lugar do Mourinho...

Anônimo disse...

também acho, e eu sei bem que o que ele quer é mesmo isto. Vejam o exemplo do Liber, aconteceu o mesmo e onde é que ele se mantem? Como copy!! Ao menos é feliz e só faz aquilo que quer.

Anônimo disse...

Pois! Esta mania que todos tem que mandar para ser alguem. Quando um gajo é bom é bom e pronto. é bem pago respeitado e decide os seus anúncios sem precisar de meter a mão nos anúncios dos outros. Parece-me o melhor que se pode ter neste mundo da Pub. Claro que é preciso do Director Criativo colaborar, mas tenho a certeza que é essa a opinião do leandro.

Anônimo disse...

o joão pode ser bom copy, mas é uma pessoa extremamente intragável e antipática pelo tom da entrevista, ele com certeza acha que propaganda (a que ele faz) é mais importante do que o homem que busca o lixo na porta da casa dele. ao contrário: ele jamais viveria sem esse gajo que lhe leva o lixo, mas a este outro se acabasse a propaganda hoje, nada lhe faltaria. se olharmos os médicos, engenheiros, enfermeiras e demais profissões, veríamos que publicidade é algo como um apêndice para a humanidade. mas um apêndice bem borçal, como este joão.