quarta-feira, novembro 9
Entrevista a Nuno Cardoso
Conforme prometido, o Nosso Portfólio publica hoje a terceira edição da rubrica dedicada a entrevistas com publicitários. Hoje o criativo entrevistado é Nuno Cardoso, supervisor criativo (copy)da BBDO. Esperamos que gostem. Aqui fica.
TC - Consegue fazer um top de anúncios de imprensa favoritos ou são tantos que preencheriam todas as páginas deste blog?
Nuno Cardoso - São realmente muitos. Se houvesse um reel do mundo estariam lá certamente as campanhas do jornal Economist, da Porsche, da VW e da Harley Davidson.
TC - Nomeie:
Um redactor eterno.
Nuno Cardoso - “ Would you sit next to you at a dinner?” Um redactor que escreve um título como este dispensa quaisquer adjectivos. David Abbot para o Economist.
Um director de arte eterno.
Nuno Cardoso - Erik Vervroegen por ter revolucionado a publicidade com as campanhas da playstation.
TC - E em relação ao seu trabalho? Aceita o desafio de nos enviar aquele de que mais se orgulha?
Nuno Cardoso – Tal como os filhos, é difícil eleger um só. Mas gostei muito de fazer alguns anúncios para a Maxim, para a Optimus, para o Público e para a Nissan.
TC - Adjective estas marcas: Nissan, Optimus e Continente.
Nuno Cardoso – Sem adjectivos
Nissan – Agora tenho um Smart.
Optimus – Segue o que sentes.
Continente – Eu vou!
TC - Um canguru que transporta um hipopótamo. Consegue explicar, aos mais curioso, como é que num "brainstorming" se chega a uma ideia destas?
Nuno Cardoso – Quando a ideia surgiu, o Diogo Mello e eu ficámos a olhar para o rough durante uma hora a dizer:
Será? Naaaa… Não… Não pode… Não dá… Ainda bem que deu.
TC - Considera que em Portugal se devia trabalhar mais para ganhar prémios internacionais e conquistar mais visibilidade?
Nuno Cardoso – Considero que em Portugal se devia trabalhar mais.
TC - Portugal é ou não um país criativo?
Nuno Cardoso – Claro que é. Pergunte aos fiscais das finanças.
TC - Para si, qual foi a grande campanha dos últimos 5 anos?
Nuno Cardoso – Hesito entre a Prevenção Rodoviária, a Mãe e as Bandeiras. São muito diferentes mas têm em comum o facto de serem brilhantes. São o tipo de campanhas que provocam um frio no estômago (e uma dor no cotovelo) quando não são criadas por nós.
TC - E a que mais o decepcionou?
Nuno Cardoso – Este é um blog positivo que realça o bom trabalho.
TC - Redacção ou direcção criativa?
Nuno Cardoso – Nada se compara ao prazer de uma campanha criada por nós. Mas gosto muito do que estou a fazer agora.
TC - Para se ter uma é possível manter a outra?
Nuno Cardoso – Eu quero acreditar que sim.
TC - Quais são as grandes dificuldades de um Director Criativo?
Nuno Cardoso – Quando lá chegar posso responder-lhe melhor.
TC - E as alegrias?
Nuno Cardoso – Prometo. Assim que lá chegar eu respondo-lhe.
TC - No continente asiático, temos assistido a uma evolução criativa pouco comum ao resto dos continentes. São, na maioria dos casos, as agências mais premiadas internacionalmente. Por outro lado, as culturas asiáticas são também as que mais tabus conservam em relação a diferentes aspectos de carácter social. Acha que a criatividade asiática deriva do esforço imaginativo a que, em virtude dos assuntos tabu, são obrigados diariamente?
Nuno Cardoso – (Temo que a resposta seja mais pequena do que a pergunta) Há já alguns anos que os mercados emergentes asiáticos estão a atrair os melhores criativos mundiais, o que se reflecte em melhor trabalho, maior visibilidade e consequentemente mais prémios.
TC - Na sua opinião, quais são as tendências publicitárias do futuro?
Nuno Cardoso – As cores fortes, os laranjas, os encarnados, os verdes. Motivos floridos, as saias curtas, por aí… (deviam ter seguido o conselho do Diogo)
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20 comentários:
um bocadinho mais composta, mas espero entrevistas com cada vez mais perguntas.
gostei da pós-produção da foto do entrevistado
Ouro…
Ora aqui está o publicitáriamente correcto . Piadinha fácil, o trabalho sempre , as melhores campanhas são sempre as da minha agência (excepção para as Bandeiras porque era obvio) mas na realidade eu prefiro as opiniões (com tomates) do Bidarra. Com todos os defeitos que o homem tem, mas que diz coisas que merecem ser lidas. Talvez por isso exista apenas 1 director criativo na BBDO.
Força Kardoeseen. Keep up the good work.
Abraço.(PS - não tinhas uma foto menos gay?)
Meninos e meninas, impõe-se aqui alguma ordem. Pede-se o favor de não se baixar o nível. Este blog pretende ser um blog construtivo da nossa classe e não uma arena de ciumeiras. Todos temos idade para ter juízo.
E lembrar sempre que nos reservamos o direito de eliminar qualquer comentário prejurativo às pessoas que nos deram a honra de nos facultarem estas entrevistas e estes trabalhos. Muito Obrigado. O Nosso Portfolio.
Exmos. Srs posso ao menos perguntar se o Cardoso tirou a foto em causa no estúdio "Sais de Prata"?
Isso não impede que se comente a entrevista do Sr Nuno Cardoso, ou temos sempre que concordar contudo? É que eu tal como o senhor acima acho a entrevista igual a muitas outras, sem novidades. Na realidade preferi a entrevista e postura mais frontal do João Ribeiro. Mas na realidade também prefiro o trabalho da TBWA ao da BBDO. gostos claro.
é "pejorativo".
Uma coisa é discordar outra é fazer comentários pessoais.
eu concordo com todos. se concordo que devemos criticar o que achamos mal numa entrevista, também concordo que nao podemos ofender ninguem e muito menos o entrevistado. Acho que este blog está no bom caminho.
Seremos das mais ressabiadas e malcriadas actividades das páginas amarelas ou é impressão minha?
pois, pejurativo, mas provavelmente enganou-se e carregou em duas teclas ao mesmo tempo. é que estão mesmo ao lado, já reparaste?
Que saudades das entrevistas do Okada e do Jorge Teixeira ao hidden persuader. Porque é que ele abandonou o formato? A entrevista do Teixeira na altura fez correr muita tinta nos comentadores cibernáuticos eheheh
Qual é da diverença entre discordar e fazer comentários pessoais? Não percebo. se não concordo é pessoal não é? ou existe um concordar comunitario e esse sim é o que é valido e aceite pela Blogesfera publicitária? Não me parece que esta malta pense muito naquilo que diz. Parece-me que anda tudo com medo de dar opinião, ou até de ter uma.
A questão é que foram postos comentários pessoais no blog. Uma coisa é criticar o trabalho, outra é colocar comentários sobre a vida de pessoal de cada um. Se não sabe a diferença entre estes dois campos, então deve andar um pouco confuso. Este é um blog sobre trabalho.
bem mais verdadeiro e bem menos pretencioso que o Diogo. Com certeza, esta pessoa anda com os pés no chão, diferente de João. Se não tivesse nascido em Portugal, teria nascido em Algarves.
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